Questões Militares de Português - Morfologia - Pronomes
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Q2336087
Português
Texto associado
Texto CB1A1-I
Comissão aprova projeto que regulamenta permuta de
agentes de segurança pública entre estados
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos
Deputados aprovou o Projeto de Lei n.º 2.783/2023, que define
regras para a permuta de agentes de segurança pública entre os
estados (incluído o Distrito Federal), mediante acordo.
A remoção por permuta ocorre quando dois servidores
que ocupam cargos da mesma natureza têm interesse em trocar
de local de trabalho, um substituindo o outro, mediante anuência
da administração pública.
O relator recomendou a aprovação da proposta. “Não há
dúvida nenhuma de que a medida é justa”, afirmou.
Conforme o texto, os acordos entre os estados deverão
prever que:
• a permuta se dará em níveis hierárquicos semelhantes;
• os agentes permanecerão nos seus cargos do estado de
origem;
• os salários desses servidores seguirão sendo pagos pela
corporação original; e
• as promoções seguirão os critérios do local de origem, mas
levarão em conta o relatório emitido pela instituição de
destino.
“Os profissionais da segurança pública estão sujeitos a
situações de doença de família, mazelas psicológicas pelo
afastamento da convivência familiar ou, até mesmo, ameaças em
virtude de sua atuação que os façam desejar retornar para o
estado de origem”, disse o autor da proposta.
Agência Câmara de Notícias (com adaptações).
Julgue os itens a seguir, relativos a aspectos linguísticos do texto
CB1A1-I.
I Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência das ideias do texto caso o pronome “que” (primeiro parágrafo) fosse substituído por o qual.
II Em “as promoções seguirão os critérios do local de origem, mas levarão em conta o relatório emitido pela instituição de destino” (quarto parágrafo), o sentido e a correção gramatical do trecho se manteriam caso se substituísse “mas” por todavia.
III A conjunção “ou” (último parágrafo) poderia ser substituída pela conjunção e, sem prejuízo da correção gramatical e da coerência das ideias do texto.
Assinale a opção correta.
I Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência das ideias do texto caso o pronome “que” (primeiro parágrafo) fosse substituído por o qual.
II Em “as promoções seguirão os critérios do local de origem, mas levarão em conta o relatório emitido pela instituição de destino” (quarto parágrafo), o sentido e a correção gramatical do trecho se manteriam caso se substituísse “mas” por todavia.
III A conjunção “ou” (último parágrafo) poderia ser substituída pela conjunção e, sem prejuízo da correção gramatical e da coerência das ideias do texto.
Assinale a opção correta.
Q2289331
Português
Texto associado
Texto I
O incendiador de caminhos
Uma das intervenções a que sou chamado a
participar em Moçambique destina-se a combater as
chamadas “queimadas descontroladas”. Este combate
parece ter todo o fundamento: trata-se de proteger
ecossistemas e de conservar espaços úteis e
produtivos.
Contudo, eu receio que seja mais uma das ingratas
batalhas sem hipótese de sucesso imediato. Na
realidade, nós não entendemos a complexa ecologia do
fogo na savana africana. Não entendemos as razões
que são anteriores ao fogo. De qualquer modo, não
param de me pedir para que fale com os camponeses
sobre os malefícios dos incêndios rurais. Devo
confessar que nunca fui capaz de cumprir essa
incumbência.
Na realidade, o que tenho feito é tentar descortinar
algumas das razões que levam os camponeses a
converter os capinzais em chamas. Sabe-se que a
agricultura de corte e queimada é uma das principais
razões para estas práticas incendiárias. Mas fala-se
pouco de um outro culpado que é uma personagem a
que chamarei de “homem visitador”. É sobre este
“homem visitador” que irei falar neste breve
depoimento.
Na família rural de Moçambique, a divisão de tarefas
sugere uma sociedade que faz pesar sobre a mulher a
maior parte do trabalho. Os que adoram quantificar as
relações sociais publicaram já gráficos e tabelas que
demonstram profusamente que, enquanto o homem
repousa, a mulher se ocupa o dia inteiro. Mas esse
mesmo camponês faz outras coisas que escapam aos
contabilistas sociais. Entre as ocupações invisíveis do
homem rural sobressai a visitação. Essa atividade é
central nas sociedades rurais de Moçambique.
O homem passa meses do ano prestando visitas aos
vizinhos e familiares distantes. As visitas parecem não
ter um propósito prático e definido. Quando se pergunta
a um desses visitantes qual a finalidade da sua viagem
ele responde: “Só venho visitar”. Na realidade, prestar
visitas é uma forma de prevenir conflitos e construir
bons laços de harmonia que são vitais numa sociedade
dispersa e sem mecanismos estatais que garantam
estabilidade.
Os visitadores gastam a maior parte do tempo em
rituais de boas-vindas e de despedida. Abrir as portas
de um sítio requer entendimentos com os
antepassados que são os únicos verdadeiros “donos”
de cada um dos lugares. Pois os homens visitadores
percorrem a pé distâncias inacreditáveis. À medida que
progridem, vão ateando fogo ao capim. A não ser que
seja em pleno Inverno, esse capim arde pouco. O fogo
espalha-se e desfalece pelas imediações do atalho que
os viajantes vão percorrendo. Esse incêndio tem
serviços e vantagens diversas que se manifestam
claramente no regresso: define um mapa de
referências, afasta as cobras e os perigos de
emboscadas, facilita o piso e torna o retorno mais fácil
e seguro. [...]
(COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?. São Paulo: Companhia
das Letras. 2011)
Em “que irei falar neste breve depoimento” (3º§), o
pronome que se encontra contraído no termo
destacado pode ter seu emprego justificado por:
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
EsFCEx
Prova:
VUNESP - 2023 - EsFCEx - Oficial - Magistério em Português |
Q2260600
Português
Texto associado
Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar
assim, posto que os seus cabelos brancos não o fossem todos
nem totalmente, e o rosto estivesse comparativamente fresco;
era uma espécie de mocidade quinquagenária ou de ancianidade viçosa, à escolha... Mas nada de melancolias: não me
compraz falar dos olhos molhados, à entrada e à saída. Pouco
entrou na conversação. Também não era diferente da costumada. José Dias falou do casamento e suas belezas, da política,
da Europa e da homeopatia, tio Cosme das suas moléstias,
prima Justina da vizinhança, ou de José Dias, quando ele saía
da sala.
Quando voltamos, à noite, viemos por ali a pé, falando
das minhas dúvidas. Capitu novamente me aconselhou que
esperássemos. Sogras eram todas assim; lá vinha um dia e
mudavam. Ao passo que me falava, recrudescia de ternura. Dali em diante foi cada vez mais doce comigo; não me
ia esperar à janela, para não espertar-me os ciúmes, mas
quando eu subia, via no alto da escada, entre as grades da
cancela, a cara deliciosa da minha amiga e esposa, risonha
como toda a nossa infância. Ezequiel às vezes estava com
ela; nós o havíamos acostumado a ver o ósculo da chegada
e da saída, e ele enchia-me a cara de beijos.
(Machado de Assis, Dom Casmurro. Adaptado)
O termo destacado na oração – para não espertar-me os
ciúmes – tem equivalente de estrutura morfossintática e
de sentido em:
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
EsFCEx
Prova:
VUNESP - 2023 - EsFCEx - Capelão Evangélico - Pastor Evangélico |
Q2259534
Português
Texto associado
A alegria da música
Eu gosto muito de música clássica. Comecei a ouvir música clássica antes de nascer, quando ainda estava na barriga da minha mãe. Ela era pianista e tocava... Sem nada ouvir, eu ouvia. E assim a música clássica se misturou com minha carne e meu sangue. Agora, quando ouço as músicas que minha mãe tocava, eu retorno ao mundo inefável que existe antes das palavras, onde moram a perfeição e a beleza.
Em outros tempos, falava-se muito mal da alienação. A palavra “alienado” era usada como xingamento. Alienação era uma doença pessoal e política a ser denunciada e combatida. A palavra alienação vem do latim alienum, que quer dizer “que pertence a um outro”. Daí a expressão alienar um imóvel. Pois a música produz alienação: ela me faz sair do meu mundo medíocre e entrar num outro, de beleza e formas perfeitas. Nesse outro mundo eu me liberto da pequenez e das picuinhas do meu cotidiano e experimento, ainda que momentaneamente, uma felicidade divina. A música me faz retornar à harmonia do ventre materno. Esse ventre é, por vezes, do tamanho de um ovo, como na Rêverie, de Schumann; por vezes é maior que o universo, como no Concerto nº 3 de Rachmaninoff. Porque a música é parte de mim, para me conhecer e me amar é preciso conhecer e amar as músicas que amo.
Agora mesmo estou a ouvir uma fita cassete que me deu Ademar Ferreira dos Santos, um amigo português. Viajávamos de carro a caminho de Coimbra. O Ademar pôs música a tocar. Ele sempre faz isso. Fauré, numa transcrição para piano. A beleza pôs fim à nossa conversa. Nada do que disséssemos era melhor do que a música. A música produz silêncio. Toda palavra é profanação. Faz-se silêncio porque a beleza é uma epifania do divino, ouvir música é oração. Assim, eu e o Ademar adoramos juntos no altar da beleza. Terminada a viagem, o Ademar retirou a fita e m’a deu. “É sua”, ele disse de forma definitiva. Protestei. Senti-me mal, como se fosse um ladrão. Mas não adiantou. Existem gestos de amizade que não podem ser rejeitados. Assim, trouxe comigo um pedaço do Ademar que é também um pedaço de mim.
(Rubem Alves, Na morada das palavras. Adaptado)
A alternativa que substitui, nos parênteses, a expressão
destacada, de acordo com a norma-padrão de colocação
do pronome, é:
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
EsFCEx
Prova:
VUNESP - 2023 - EsFCEx - Capelão Católico - Padre Apostólico Romano |
Q2259124
Português
Texto associado
A alegria da música
Eu gosto muito de música clássica. Comecei a ouvir
música clássica antes de nascer, quando ainda estava na barriga da minha mãe. Ela era pianista e tocava... Sem nada ouvir, eu ouvia. E assim a música clássica se misturou com minha carne e meu sangue. Agora, quando ouço as músicas que
minha mãe tocava, eu retorno ao mundo inefável que existe
antes das palavras, onde moram a perfeição e a beleza.
Em outros tempos, falava-se muito mal da alienação.
A palavra “alienado” era usada como xingamento. Alienação
era uma doença pessoal e política a ser denunciada e combatida. A palavra alienação vem do latim alienum, que quer dizer
“que pertence a um outro”. Daí a expressão alienar um imóvel.
Pois a música produz alienação: ela me faz sair do meu mundo medíocre e entrar num outro, de beleza e formas perfeitas.
Nesse outro mundo eu me liberto da pequenez e das picuinhas
do meu cotidiano e experimento, ainda que momentaneamente,
uma felicidade divina. A música me faz retornar à harmonia do
ventre materno. Esse ventre é, por vezes, do tamanho de um
ovo, como na Rêverie, de Schumann; por vezes é maior que
o universo, como no Concerto nº 3 de Rachmaninoff. Porque a
música é parte de mim, para me conhecer e me amar é preciso
conhecer e amar as músicas que amo.
Agora mesmo estou a ouvir uma fita cassete que me deu
Ademar Ferreira dos Santos, um amigo português. Viajávamos
de carro a caminho de Coimbra. O Ademar pôs música a tocar.
Ele sempre faz isso. Fauré, numa transcrição para piano. A beleza
pôs fim à nossa conversa. Nada do que disséssemos era melhor
do que a música. A música produz silêncio. Toda palavra é profanação. Faz-se silêncio porque a beleza é uma epifania do divino,
ouvir música é oração. Assim, eu e o Ademar adoramos juntos
no altar da beleza. Terminada a viagem, o Ademar retirou a fita e
m’a deu. “É sua”, ele disse de forma definitiva. Protestei. Senti-me
mal, como se fosse um ladrão. Mas não adiantou. Existem gestos
de amizade que não podem ser rejeitados. Assim, trouxe comigo
um pedaço do Ademar que é também um pedaço de mim.
(Rubem Alves, Na morada das palavras. Adaptado)
A alternativa que substitui, nos parênteses, a expressão
destacada, de acordo com a norma-padrão de colocação
do pronome, é: